domingo, 2 de novembro de 2014

Âncora

    
   Se você fosse uma embarcação, qual seria? Um navio, um transatlântico, um barco de pesca, um barco a vela? Ou melhor, se você fosse um componente do navio, qual você seria? O casco, que sustenta, que faz a embarcação cumprir o papel de flutuar? a vela, motor ou remo? que sem eles, do que adianta flutuar, se não sai do lugar. Ou talvez o leme? Pare por um minuto de ler, e pense em tudo que você sabe sobre embarcações, e escolha... qual parte você seria? 
   Pensou? E ai? Quer ser o capitão? é ele não é parte integrante de uma embarcação, mas podemos dizer que sem ele... não se chega muito longe. Não sei o que de fato você escolheu, mas sou capaz de apostar que você não escolheu uma peça essencial. Tanto para uma pequena canoa, para um barquinho, para um barco a vela, um navio cargueiro, um transatlântico, o Titanic. Você muito provavelmente não escolheu ser a peça indispensável dentre todas as embarcações possíveis. Justo, porque ela não tem tanta fama ou glamour como todo resto... mas sem ela... pobre de um marinheiro numa tempestade, o que seria de um barco a deriva? Porque ninguém pensa na âncora?

"A âncora é considerada um símbolo de firmezaforçatranquilidade,esperança fidelidade. Dessa maneira, ela representa a parte estável do nosso ser, ou seja, aquela que, em meio as tempestades, é capaz de manter a estabilidade dos barcos. Por vezes, a âncora simboliza o atraso e a barreira, na medida em que se fixa em determinado lugar."

   O papel da âncora é simples, simples mas não menos importante. Quando o motor para, quando não se quer sair do lugar e se manter em segurança, o capitão, o casco, a vela, o motor, as cordas, o remo, tudo fica a merce do ''JOGUEM A ÂNCORA". Se essa não prender a respiração e aceitar o encargo de descer o mais fundo e se prender aquele lugar escuro e fundo que é o fundo do mar... tudo fica muito complicado e difícil, a embarcação seguira a maré, ficará vagando em meio ao oceano sem rumo, talvez ao encontro de uma pedra, talvez indo pro meio de uma tempestade em um navio sem barco. Os perigos seriam imensos. Imagine se aquela enorme e pesada peça se negasse. "Não não não, tô de greve, hoje eu não afundo" e cruzasse os braços? ''Mais porque Dona Âncora?" indagaria o capitão. "Porque ninguém aqui, e nem em mar algum, rio, lago ou poça, me da o menor valor. Todos dizem 'olha que linda, as velas se içaram.' 'Nossa como ronca esse motor.' 'esse capitão é um dos melhor.' ninguém nunca falou para mim 'Essa Âncora é das boas, faz seu trabalho sem titubear.' então hoje eu estou de greve.'' fala inconformada a para o capitão. ''O que eu posso fazer por você? Não me deixe na mão, estamos a deriva. Precisamos de você.'' suplica o capitão. "Agora você reconhece o meu valor? Assim é fácil, quando precisa acha q é só falar palavras bonitas e eu vou mergulhar?" pergunta a âncora. "Não me resta nada senão pedir que a senhora assim faça. Precisamos de você, estamos fadados a afundar sem sua ajuda.". 
A âncora, não por clemencia as lagrimas do capitão, e nem por piedade daquela tripulação aflita, mas por oficio se joga ao mar, desce e prende-se ao fundo. Cumpre sua função.  Não procura gloria, procura reconhecimento, e pelo menos ali, naquele navio todos entendem por um dia, que quando tudo falha, e pode dar errado, a âncora que os segura. 

Escrito por: Angel

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